sexta-feira, 1 de abril de 2011

Vai uma onda?


Há dias em que a tristeza chega como uma onda. Tentamos combatê-la, mas não resulta. Ela leva-nos e rouba-nos as forças. Leva-nos tudo. Somos trucidados e ficamos ali. Imóveis, a assistir à rebentação, à destruição de tudo. Paramos por uns segundos e nem tentamos resistir. Depois da onda passar e de arrasar o que encontrou por perto, temos de nos levantar, sacudir a água e erguer os ombros. Jurar que não volta a acontecer. Não, porque nós somos fortes, mais fortes que tudo. Dias melhores virão, se não vierem, vamos à procura deles. Quando os encontrarmos, agarramo-los pelos colarinhos, encostamo-los contra a parede e gritamos: "Por onde andaste? Quem te deu o direito de me deixares aqui? Não voltes a fazê-lo". Respiramos fundo, sorrimos, para acreditar que no sentimos, e seguimos rumo ao desconhecido. À procura do que nos faz falta, do que merecemos, do que desejamos. Exigimos para nós a nossa vida. Lutamos por ela com garras e dentes. E que ninguém nos diga o contrário.

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