segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vença a inércia

Rendermo-nos à inércia é responder aos nossos instintos mais básicos. Frio, tapar. Calor, destapar. Fome, comer. Sede, beber. Pergunta, resposta. Os movimentos são reduzidos ao mínimo possível e a actividade cerebral abranda. Ficamos num estado catatónico. Não temos vontade de fazer absolutamente nada. Deixamos de agir e passamos a reagir. Perdemos forças. Rendemo-nos ao deus do entretenimento e ao poder do aquecedor a óleo. Papamos séries e filmes, só com "pit stops". Pelo meio ainda há espaço para pegar num livro. Mas em verdadeiros dias de inércia, só a televisão nos permite agir em conformidade com as nossas necessidades. Por vezes tentamos contrariar, mas há dias em que é melhor vencer a inércia. Tudo em nome da nossa sanidade.

"Books are poo"

O Natal tem destas coisas... E o vídeo só tem piada porque o catraio não tem para aí uns 10 anos. É um desabafo sincero.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

É míope ou impressionista

Ser míope é o mesmo que viver num bonito quadro impressionista. Todos os dias os mais pequenos objectos podem nos surpreender. Esticamos a mão para apanhar o telemóvel e sai um comando de TV. Vejo um vulto em cima da cama e começo a fazer festinhas a um cobertor, para logo a seguir perceber que afinal não era uma gata. Ah! Que coisa mais linda. Tento encontrar os meus óculos na mesa de cabeceira e só apalpo livros e lenços de papel. Mas o melhor é quando procuro as próprias das lentes. Ah, qual labirinto de fauno ou cruzada católica. É ver-me a apalpar coisas, a semicerrar os olhos e concentrar-me, mesmo com muita força, e a acreditar que com o poder da mente vou ver tudo. Depois desisto, peço ajuda e fico sentada de braços cruzados. Todo este festival, porque vivo num lindo mundo impressionista de 7 dioptrias.

domingo, 19 de dezembro de 2010

FAMILY GUY - "All I Really Want For Christmas"

Não há Natal sem listas e listas de presentes. Mesmo que não passem do papel. Toca a desejar.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Natal é...

Gostar de ficar em casa e não ter vontade de sair. Enfrentar sem medos filas intermináveis e ter dúvidas existenciais sobre qual é a melhor cor que fica bem com o tom de pele de alguém.
O Natal é papar anúncios dos Ferrero Rocher e gostar. É sentir o cheiro dos sonhos no óleo, os restos de massa espalhados pela bancada da cozinha e ver crianças a tentarem roubar doces o mais que puderem.
É comer chocolates sem receios e ter orgulho nisso. Fazer a árvore de Natal e guardar os presentes em sacos enormes para levar para a casa da festa.
Natal é ficar feliz por abrir presentes. Ficar ainda mais feliz por ver os outros a abrirem os presentes que nós comprámos. É não ter peso na consciência por rasgar dezenas de papéis de embrulho. Dormir a pensar: "O que será que está dentro daquela caixa?". Ser acordada por uma criança aos pulos em cima da cama a gritar: "Vamos, vamos". Ter sono e não ser assim tão mau. Reencontrar pessoas, sorrir-lhes e elas sorrirem de volta. Estar feliz porque está toda a gente feliz. Saber que já passou, já acabou e que só se repete uma vez por ano.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Odeio frio


Hoje só tenho isto para dizer ao mundo: odeio frio. Acho que toda a gente odeia. Até os que dizem que não. A verdade é que o frio só tem piada quando estamos agasalhados, cheios de cachecóis, luvas e sentimos um ligeiro friozinho na ponta do nariz. Pronto. É o suficiente para percebermos que estamos no Inverno: "Ai que giro. Gosto tanto das manhãs de Sol no Inverno." Acabou. Além disto, não é possível gostar. Honestamente ninguém gosta de ter os pés gelados, as mãos frias, sentir que o vento lhe entra pela espinha adentro e a garganta começa a picar... Pior que tudo são as casas fechadas no Inverno. O frio torna-se visível. E para terminar, uma imagem do demónio: cama com lençóis tão frios, tão frios, que chegam a estar húmidos. Grrrrr

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Colaborador ou trabalhador

Irrita-me profundamente a moda do século XXI de chamar aos trabalhadores colaboradores. Parece que têm medo dos fantasmas. "Ai, não. Eu cá não sou trabalhador, sou colaborador desta empresa. Não há hierarquias, não trabalho para ninguém, colaboro. Quando não me apetece, não vou trabalhar."
Imbuída deste espírito de revolta e com a noção quase religiosa de que um colaborador é alguém que não tem um vínculo directo com a empresa, apenas colabora de vez em quando, descobri que o dicionário acha que estou errada. Pois bem, diz que um colaborador é:
"1. Pessoa que trabalha com outra em iguais circunstâncias de iniciativa.
2. Pessoa que escreve para uma publicação periódica, sem fazer parte da redação. 3. Que colabora. = colaborante" Isto segundo o Priberam.
Já a palavra trabalhador é:
"1. Que gosta de trabalhar; laborioso. 2. Pessoa que trabalha. 3. Jornaleiro. 4. Aquele que trabalha de enxada."
Esclarecida? Nem por isso. Só sei que trabalho sem enxada. Mas trabalho.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Bem-vindo ao mundo encantado dos...

... brinquedos, acessórios, quinquilharias, coisas e mais coisas chinesas. Por ano, entro meia dúzia de vezes no chinês. Não por preconceito, simplesmente porque não tenho nenhuma loja perto do trabalho. Invariavelmente no Natal entro e perco-me nos corredores a descobrir coisas que nem sabia que existiam e eram comercializadas. Não é para despachar os familiares todos a eito, mas para preencher as quotas dos jantares de Natal de amigos. Adoro quando tenho como prova olímpica oferecer um presente de dois euros.
Primeira reacção: “O que é que se pode comprar com dois euros?” Nada. Claro. Batatas, iogurtes, peitos de frango, cereais e coisas assim. Ah, mas no Chinês há tanta coisa por onde escolher. Um mundo encantado. É certo, muitas delas não têm utilidade, mas compensam com a gargalhada de quem as recebe.
Com dois euros comprei duas caixas de plástico para fazer gelados de gelo, um jogo com uma espécie de raquetas e uma chávena de café. Mas há mais pelo mesmo valor. Uma campainha tipo repartição pública, os bibelôs mais pirosos da história, vassouras com bonecos e flores. Entra-se numa espiral vertiginosa de descoberta. Qual criança perdida no Toys'r'us a puxar à saia à mãe, ou melhor, a pôr tudo no carrinho: "Preciso mesmo deste estojo em forma de boneco. A prima afastada da Barbie é que vinha a calhar ou o peluche do Buzz com 50 cm."
A descoberta deste ano é a marca Wu, uma Wii sem o peso da multinacional Nintendo. Só vi comandos da Wu, mas presumo que existam jogos e outros acessórios. Que coisa mais linda esta da globalização, dos preços baixos e da falsificação em barda de tudo o que existe neste mundo. Não?
Bem, se nos pusermos a pensar como é que eu consegui ter tantas coisas por tão pouco dinheiro, tendo em conta que atravessaram o planeta para aqui chegar, é que é mais chato. A porra da globalização tem destas coisas.



quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ciência ao serviço do entretenimento

Quem é que nunca quis aprender um truque de magia? Richard Wiseman é psicólogo, professor na Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, e mágico nos tempos livres. Mas um mágico que não se arma com aquelas coisas do inexplicável e tal. Este sr. faz-nos o favor de pôr a ciência ao serviço do entretenimento. Para saber mais, basta ir ao blogue http://richardwiseman.wordpress.com/ ou ver o vídeo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pensamentos soltos num feriado com chuva

Quando não apetece trabalhar ficamos com vontade de fazer quase tudo que não seja trabalhar. Até limpar o pó nos parece uma actividade bem divertida. Hoje vou apontar para a estratosfera e pôr em página tudo o que me apeteceria fazer e não posso:

- comer um crepe com cinco bolas de gelado e muito chocolate quente
- cheirar o mar e meter os pés na areia seca e quentinha
- subir a uma montanha numa tarde de sol
- andar de cavalo
- ver uma série de televisão do princípio ao fim, até sentir as lentes de contacto a secarem e estarem prestes a saltar dos meus olhos
- aprender a fazer tricô
- acabar o livro que estou a ler
- comer muitos chocolates
- passear no baixa numa tarde de sol
- comer tapas
- dormir uma sesta

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

De blindados e armaduras

Quando pego no carro para regressar a casa e vejo as filas de luzes vermelhas (as traseira dos carros) com chuva a fazer-nos companhia e o céu negro, só penso numa coisa: bem-vindos ao cenário da guerra urbana. É ver cada um de nós armado com o seu blindado, a tentar furar a confusão e a chegar primeiro. Carregamos quilos em cima, as sobrancelhas frazem-se, a paciência falta-nos e o desespero chega. Olhamos para o lado e rendemo-nos às evidências. Não, não vale a pena mudar de faixa para aquela que nos parece incrivelmente rápida. É uma ilusão de óptica. Mesmo assim, tentamos e logo percebemos que o que ia atrás de nós já nos ultrapassou. Mais vale respirar fundo, aguentar os sinais de luzes dos apressados, os que se metem à campeão e não acharmos que somos invencíveis dentro do blindado da Renault, da Volkswagen ou da Opel.

Barbie sob investigação do FBI























Pergunto-me sinceramente quem teve a bela ideia de espetar uma câmara de filmar no peito da Barbie, ligeiramente acima das maminhas. "Ui, que brincadeira tão gira. A Barbie filma o Ken e companhia e projeta o filme nas costas." Se há boneca no mundo que consegue ter uma máquina dentro do corpo e continuar a parecer sexy e gira é a Barbie. Ainda assim acho um bocadinho exagerado transformar a boneca numa espécie de exterminadora implacável. Desnecessário, diria até. Era preferível dar-lhe uma míni câmara que funcionasse em vez de a transformar num ser estranho, tipo ET. Gostava de saber como é que a Barbie justifica a câmara dentro do corpo quando está a brincar? "Olá Ken. Sorri aqui para o meu peito. Estou a filmar-te." Não resulta. "Olha, no Natal recebi uma câmara que se incorpora no meu peito?"
Para tornar a última mutação da Barbie ainda mais polémica, o FBI entra no terreno. Ao que parece, a Barbie com câmara de vídeo pode ser utilizada para fins menos próprios, como filmar os miúdos sem roupas... Muito, muito creepyyy... Pelo sim, pelo não, é melhor manter uma distância de segurança desta boneca.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Gatas x 2 + gotas x 4 = ?

Já confessei ao mundo a minha escassa ou nenhuma experiência com animais. Agora que estou finalmente a preencher essa lacuna na minha vida, deparo-me com outra questão: a manutenção.
Não falo da comida, do xixi e do cocó, nem do colo e dos abraços e beijinhos, do sofá estragado, dos phones assassinados, falo das doenças. Uma das minhas gatas ficou com coriza (uma espécie de conjuntivite felina), fomos ao veterinário e como receita médica medicamentos e gotas... Ora imagine-se pôr gotas a gatos.
São um bicho que adoro mas convenhamos que agarrar num gato, abrir-lhe o olho e espetar-lhe uma gota não é tarefa fácil. Ah! Mas há melhor. Não é uma gota em cada olho, são duas. Da primeira vez, o bicho achou estranho. Até o conseguimos enganar para a primeira ou segunda gota. Agora e as outras?
Fui a debutante na tarefa que logo passei ao outro dono. Muito mais dotado do que eu para estas coisas de agarrar um gato pela parte de trás do pescoço e mantê-lo imóvel.
Agora a piece de resistance: O raio da porcaria da coriza já passou, segundo diz o médico que visitei hoje, mas a gata continua com lágrimas. Depois de muitas análises, parece estar tudo bem. Mas pelo sim, pelo não, mais umas quantas gotas.
A outra gata que estava óptima para destruir tapetes, começou esta semana com uma pele branca nos olhos. Achei aquilo estranhíssimo. Afinal, diz que é uma terceira pálpebra, coisa comum e tal. Pois bem, vai levar gotas também. Numa espécie de: "já que aqui estamos vai tudo a eito".
Resultado da minha segunda ida ao veterinário: nada de comprimidos que elas comem como se fosse um doce e como presente de Natal: 8 gotas em cada gata! Sou péssima a fazer contas, mas óptima a medir os níveis de stress cá de casa. RRRRRrrrr.
As bichanas tentam de tudo para nos escapar. Já era complicado dar quatro gotas numa. Agora são oito em cada gata!!!
É vê-las a espernear, tremelicar o olhar e fazer carinha de condenado à pena de morte. Uma pessoa tem de se aguentar estoicamente e cruzar os dedos para que não passem a odiar os donos que tanto mimo lhes dão e que de um dia para o outro, vá-se lá saber porquê, passaram a ter rituais veterinários de péssimo gosto.

Recepção ao extraterrestre

Ontem estava tudo em polvorosa à espera que a NASA dissesse: "sim, encontramos a família do ET". Na realidade, saíram-se com uma explicação científica elaborada cuja conclusão é: "quase de certezinha que há vida ET". Bem, mas não estou para aqui a escrever sobre descobertas científicas mas sim sobre uma pérola que me mostraram outro dia. A música "Sr. Extraterrestre", letra de Carlos Paião, interpretação a cargo da sô dona Amália. A letra é deliciosa e cheia de pontos interessantes:
1º - Amália consegue comunicar com ETs e eles entendem português
2º - O ET foi apanhado pela polícia sem carta de condução
3º - O ET sabe o que são sardinhas e bacalhau (coisa que infelizmente não há lá na terra dele)
4º - O Sr. extraterrestre tem uma carteira (conceito bastante comum no mundo dos aliens pois tem de andar com notas, cartões e essas coisas). E o que é que não podia faltar na carteira? A fotografia do filho que por sinal é verdinho como o pai
5º - O OVNI tem chaves. Claro, como é óbvio. Uma nave espacial tem de ter ignição tipo carro
6º - O ET come sandes durante a viagem e abre a janela enquanto conduz. Uma coisa chata não ter oxigénio enquanto se viaja. Oxigénio? Ai, espera. Este ET respira o quê? Isso não interessa. O melhor disto tudo é que o SR. ET viaja de vidro sem ser sugado para o espaço
7º - ET que é ET, pelo menos os que dão à costa portuguesa, bebem vinho tinto

Aqui fica para apreciação, juntamente com o vídeo. É maravilhoso.


"Vou contar-vos uma história
que não me sai da memória,
foi para mim uma vitória
nesta era espacial.
Noutro dia estremeci
quando abri a porta e vi
um grandessíssimo ovni
pousado no meu quintal.

Fui logo bater à porta,
veio uma figura torta,
eu disse: se não se importa
poderia ir-se embora,
tenho esta roupa a secar
e ainda se vai sujar
se essa coisa aí ficar
a deitar fumo para fora.

E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse pi,
estava mal sintonizado.
Mexeu lá o botãozinho
e pôde contar-me então
que tinha sido multado
por o terem apanhado
sem carta de condução.

O senhor desculpe lá,
não quero passar por má,
pois você onde está
não me adianta nem me atrasa.
O pior é que a vizinha
que parece que adivinha
quando vir que estou sozinha
com um estranho em minha casa.

Mas já que está aí de pé
venha tomar um café,
faz-me pena, pois você
nem tem cara de ser mau
e eu queria saber também
se na terra donde vem
não conhece lá ninguém
que me arranje bacalhau.

E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse pi,
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho,
disse para me pôr a pau,
pois na terra donde vinha
nem há cheiro de sardinha
quanto mais de bacalhau.

Conte agora novidades:
É casado? Tem saudades?
Já tem filhos? De que idades?
Só um? A quem é que sai?
Tem retratos com certeza,
mostre lá? Ai que riqueza,
não é mesmo uma beleza,
tão verdinho? sai ao pai.

Já está de chaves na mão?
Vai voltar para o avião?
Espere, que já ali estão
umas sandes para viagem
e vista também aquela
camisinha de flanela
para quando abrir a janela
não se constipar com a aragem.

E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse pi,
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho
e pôde-me então dizer
que quer que eu vá visitá-lo,
que acha graça quando eu falo
ou ao menos para escrever.

E o senhor extraterrestre
viu-se um pouco atrapalhado,
quis falar mas disse pi,
estava mal sintonizado.
Mexeu lá no botãozinho
só para dizer: Deus lhe pague.
Eu dei-lhe um copo de vinho
e lá foi no seu caminho
que era um pouco em ziguezague."


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Busted!

Pois é... Fui apanhada. Busted. Mais ou menos o equivalente a entrarem no meu quarto e descobrirem o meu diário completamente destrancado. Felizmente, é um diário sem segredos metafísicos ou amorosos.
A verdade é que nunca tive grande paciência para diários. Lembro-me que tinha um muito lindo, cor-de-rosa com um desenho de um gato e de um coração. Uma coisa mesmo pirosa, como manda a lei. Deve ter umas sete páginas escritas e o conteúdo mais interessante é o meu primeiro passeio de bicicleta.
Aprendi a andar com 7 anos e dominava muito bem os esses. Conseguia fazer esses mesmo com rodinhas. Não é qualquer um que perde o equilíbrio assim. Eu conseguia. A minha mãe cumpria muito bem a sua função de correr atrás de mim. Mas fiz-me uma moça adulta e capaz de andar de bicicleta.
Foi nesse diário que percebi como as coisas mudam e como o papel não. Nesse diário, há uma página onde relatava o meu amor por um rapaz qualquer lá da escola. Passados uns dias mudei de ideias e resolvi remediar a situação. Como é que se resolve este imbróglio? Riscando por cima. Ora pois. Escrevi: "É tudo mentira". Ou seja, desmenti-me a mim mesma. Se isso é possível?
Neste caso, não o posso fazer. Nem vale a pena praguejar aos deuses da protecção informática ou mesmo à porra do histórico. (sim, no meu trabalho não temos autorização para o limpar) Apanharam-me no ciberespaço dos blogues. Pronto.

Por que razão trabalhamos?

Por que ninguém resiste ficar em casa com a programação da televisão pública. É o grande contributo da RTP para o desenvolvimento da economia nacional. Assim não ficamos com pena de não estarmos em casa. O pior é quando ficamos doentes. Mas demos graças à Internet e a tv digital.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O que é isso do fado

Há muitas definições e teorias sobre a sua origem. A quem o encontre no Brasil, como dança dos escravos que deu à costa portuguesa quando a corte voltou da colónia, lá pro XIX, outros dizem que veio de África. Pelo meio metem-se os marinheiros. Outra teoria diz até que o fado é descendente das canções de gesta. Seja como for, o fado nasce pobre, em antros de promiscuidade, álcool e boémia, fruto de desgostos amorosos, dores de alma e de mais alguns trejeitos da alma dos portugueses. Só no século XX é que se torna canção nacional elevada a hino de um povo. No seu percurso ainda vai ser maltrada, porque Salazar gostava dela, mas se há coisa que não se pode dizer é que é não merece reconhecimento.
Há fados que têm as melhores poesias da língua portuguesa. Outros, vivem do gosto de brincar com a língua, coisa que o povo tantas vezes faz. Felizmente pertenço a uma geração que o pode aperciar sem pesos de antigo regime. Confesso que gosto. Confesso que me arrepia ouvir alguns fadistas cantarem, como o Camané, a Mafalda Arnauth ou a Mariza. Seja em casas de fado, a cantar à desgarrada ou nos Coliseus. Mas ninguém bate Amália.