terça-feira, 7 de dezembro de 2010

De blindados e armaduras

Quando pego no carro para regressar a casa e vejo as filas de luzes vermelhas (as traseira dos carros) com chuva a fazer-nos companhia e o céu negro, só penso numa coisa: bem-vindos ao cenário da guerra urbana. É ver cada um de nós armado com o seu blindado, a tentar furar a confusão e a chegar primeiro. Carregamos quilos em cima, as sobrancelhas frazem-se, a paciência falta-nos e o desespero chega. Olhamos para o lado e rendemo-nos às evidências. Não, não vale a pena mudar de faixa para aquela que nos parece incrivelmente rápida. É uma ilusão de óptica. Mesmo assim, tentamos e logo percebemos que o que ia atrás de nós já nos ultrapassou. Mais vale respirar fundo, aguentar os sinais de luzes dos apressados, os que se metem à campeão e não acharmos que somos invencíveis dentro do blindado da Renault, da Volkswagen ou da Opel.

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