Há muitas definições e teorias sobre a sua origem. A quem o encontre no Brasil, como dança dos escravos que deu à costa portuguesa quando a corte voltou da colónia, lá pro XIX, outros dizem que veio de África. Pelo meio metem-se os marinheiros. Outra teoria diz até que o fado é descendente das canções de gesta. Seja como for, o fado nasce pobre, em antros de promiscuidade, álcool e boémia, fruto de desgostos amorosos, dores de alma e de mais alguns trejeitos da alma dos portugueses. Só no século XX é que se torna canção nacional elevada a hino de um povo. No seu percurso ainda vai ser maltrada, porque Salazar gostava dela, mas se há coisa que não se pode dizer é que é não merece reconhecimento.
Há fados que têm as melhores poesias da língua portuguesa. Outros, vivem do gosto de brincar com a língua, coisa que o povo tantas vezes faz. Felizmente pertenço a uma geração que o pode aperciar sem pesos de antigo regime. Confesso que gosto. Confesso que me arrepia ouvir alguns fadistas cantarem, como o Camané, a Mafalda Arnauth ou a Mariza. Seja em casas de fado, a cantar à desgarrada ou nos Coliseus. Mas ninguém bate Amália.
Sem comentários:
Enviar um comentário