sábado, 30 de abril de 2011
Insólito numérico português
Traduzido por miúdos: Vice-Presidente do PSD, Diogo Leite Campos, dá lição de economia e finanças pessoais ao país. Explica-nos a nós portugueses, cujo salário médio líquido é de 1000 euros e que cerca de 60% da nossa população ganha menos de 700 euros, que 5800 euros por mês é classe média-baixa. Ah! E que mil euros por mês é uma miséria. "Será que se pode dizer que 5800 euros por mês para casa, comida, roupa lavada, doença e tudo, é muito? 5800 euros por mês em qualquer país europeu é classe média baixa." E remata "1000 euros por mês não é classe média, é miséria". Afinal o país está ainda pior ou então este sr. vive num país diferente. Será que isto quer dizer que se o PSD ganhar as eleições aumenta os salários? Não me parece. É só mais um insólito político.
Insólitos da globalização
Idosa nº1 leva idosa nº2 pelo braço. Movem-se vagarosamente com aquele ar de quem não sabe ao certo o que está a fazer. Falam da vida, dos netos e afins. Uma tem cabelo branco outra não. Têm sapatos rasos tipo mocassins, saia abaixo do joelho e várias camadas de roupa no tronco. Trazem uma malinha à tiracolo não muito grande. Tem tamanho suficiente para levar a carteira e um terço. O cenário não é o mais idílico. Estão num centro comercial na zona de restauração. Estamos na hora de almoço e a idosa nº1 diz à idosa nº2: "Vamos ali ao McDonalds comer uma salada?". Idosa nº2 responde: "Sim". Não era a conversa que eu imaginava.
sábado, 23 de abril de 2011
À distância de um clique
É só para dizer que compras de supermercado feitas através dessa maravilha que é a Internet são uma das melhores invenções de sempre. Mesmo correndo o risco de encomendar dez bananas e aparecerem 10 quilos (história verídica derivada da confusão entre unidade (uma) e unidade (caixa de 10)) vale a pena. Não ter de enfrentar filas, birras e famílias em peso a discutir se o detergente líquido Sun é melhor que o Skip é uma bênção. Aquela bela expressão jornalística é bem utilizada neste caso: "o mundo à distância de um clique".
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Happy easter
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Indignação política nº2
Quem se habitua a ser uma estrela dos media nunca quer deixar de o ser. Querem sempre ser sempre tidos em conta e ouvidos. Pois bem, o sr. Otelo Saraiva de Carvalho está a passar por uma fase dessas. Não quer cair no esquecimento numa altura em que as comemorações do 25 de Abril nem vão passar pelo parlamento. Faz lembrar aquelas actrizes de Hollywood que para chamar a atenção embebedam-se, andam com pouca roupa e inventam todo o tipo de escândalos. No caso dele é vê-lo a pronunciar frases polémicas do estilo bombástico. Aqui ficam dois exemplos catitas espalhados na imprensa. Não vale a pena acrescentar mais nada.
“Não teria feito o 25 de Abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos actualmente."
"Precisávamos de um homem com a inteligência do Salazar”
“Não teria feito o 25 de Abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos actualmente."
"Precisávamos de um homem com a inteligência do Salazar”
As pontes
A Troika veio arrumar-nos a casa e puxar-nos as orelhas. Vem nos dizer que somos uns mal comportados, que vivemos acima das nossas possibilidades, que damos privilégios a quem não merece e que compramos casas quando devíamos alugá-las. Os portugueses prestaram atenção às recomendações, só que depois... meteu-se a Páscoa e o 25 de Abril. A ideia é: "a gente depois continua a conversa, tá bem?".
Já estou a imaginar o ambiente na quinta-feira à tarde.
"O que aconteceu aos trabalhadores do ministério?", pergunta a troika.
"Ah, já não está cá ninguém", responde um funcionário visivelmente irritado.
"Porquê?", questionam os srs.
"Então, é véspera de um feriado, ainda por cima mete-se o fim-de-semana e segunda-feira é o 25 de Abril. De modo que só é possível fazer alguma coisa na próxima semana."
Óptima justificação não fosse esta brincadeira dar uma péssima imagem do país e custar qualquer coisa como 20 milhões de euros ao Estado. Tolerâncias de ponto nesta altura não são a ideia mais brilhante. Podemos continuar a fazê-las mas tentar dar uma imagem de austeridade e seriedade numa altura destas não era mal pensado. A sorte é não estar sol. Se estivesse, os senhores iam ligar as televisões e ver meio país na praia e perceber que o nosso verdadeiro talento é para o turismo.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
A espera
Navegar no limbo da incerteza, do que poderá ou não acontecer, é angustiante e divertido. Podemos imaginar todo o tipo de cenários, dos piores aos melhores. Planeamos a nossa reacção mas a realidade surpreende-nos quase sempre. É impossível saber o que a outra pessoa está a pensar ou planear. Cada um de nós imagina sempre os outros à sua imagem. O que nem sempre é verdade. Defendemo-nos dos ataques previsíveis e, de repente, vindo sabe se lá de onde, pimba. Levamos uma bolada na cabeça. A minha técnica, a única que utilizo, é preparar-me sempre para o pior. Manter-me confiante, segura, mas imaginar que... a melhor hipótese não se vai realizar. O mundo é feito de surpresas e já me deparei com muitas, muitas mesmo. A ver vamos se é mais uma para o currículo.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Desarrumações mentais
Sou a pior pessoa do mundo a encontrar coisas. Duvido que exista outro ser humano com tanta dificuldade a procurar e a encontrar objectos. Desafio qualquer um a ser tão desorientado em termos de arrumação como eu. No entanto, esta é uma patologia geográfica, ou seja, só acontece em casa. A procurar informação, desenterrar artigos, livros e outros instrumentos de trabalho, safo-me muito bem, obrigada. Em casa, procurar óculos, guardanapos ou aquela camisola preta que preciso mesmo, sou a pior. Perco a paciência e desisto. Acredito piamente que existe um buraco negro escondido algures que me engole as coisas (além das meias) e só volta a aparecer quando são as outras pessoas a procurar. Depois é ver o resto da humanidade a gozar: "Não havia papel higiénico? Ah, ah. No sítio do costume estão lá seis rolos". A minha resposta é sempre a mesma: “Mas eu procurei”.
Não é culpa da minha miopia, apesar de ser um humano que não pode andar/existir sem a ajuda preciosa da ciência. Acho que não tenho jeito ponto. Sou muito espavorida. Parece que ando sempre apressada e se no primeiro milésimo de segundo não vislumbro a solução, acabou-se. Não é uma patologia grave. Tem cura, a longo prazo. Entretanto divirto quem partilha comigo o tecto. Pelo menos isso.
Não é culpa da minha miopia, apesar de ser um humano que não pode andar/existir sem a ajuda preciosa da ciência. Acho que não tenho jeito ponto. Sou muito espavorida. Parece que ando sempre apressada e se no primeiro milésimo de segundo não vislumbro a solução, acabou-se. Não é uma patologia grave. Tem cura, a longo prazo. Entretanto divirto quem partilha comigo o tecto. Pelo menos isso.
Os ingleses são óptimos no teatro. Seinfeld sabe o porquê. São muitos anos de monarquia
Teoria Seinfeld para ouvir.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Esse idioma lindo chamado brasileiro
Que o filme "A Música no Coração", original "The Sound of Music", resultou em "Noviça Rebelde", no Brasil, não é novidade. Mas esta pérola estava escondida. A série catita "Beverly Hills" é "Barrados no Baile". Não é incrível como não há relação nenhuma entre o título e a séria? Bravo!
Verão aos molhos até 2ª
A troika da política
Numa semana em que a política enche-nos os ouvidos e ficamos a acreditar que o fim pode estar perto (ou então o D. Sebastião aparece no barco das 17h15 e vai ali ao Terreiro do Paço resolver as cenas com a Troika), a personalidade da semana foi o Sr. Fernando Nobre. Um homem com provas dadas e com uma quota de boas acções acima da média. Plantar árvores, ter filhos e escrever um livro são peanuts para ele. Pois bem, o sr. tão bem posto mete-se na trapalhada da política e o resultado não é bom. Os políticos avaliam-se pelas acções, mas antes de as poderem tomar, avaliam-se pelas palavras. De manipuladores todos têm um pouco. Mas contradizerem-se em tão pouco tempo é muito mau. O minímo que se pede é que sejam coerentes para que as pessoas possam acreditar no que dizem. No caso de Nobre foi apanhado em flagrante. Quer ser presidente da Assembleia da República e é candidato pelo PSD depois do "não, categoricamente não" à hipótese de integrar as listas dos partidos para as legislativas. É com estas atitudes que as pessoas se desiludem da política. É triste. Aqui ficam os vídeos da semana.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Filosofia de algibeira
As coisas boas da vida são tão simples como uns ovos mexidos com farinheira e um chouriço assado no pão.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Se não é o regresso de José Castelo Branco
Foi uma semana difícil e vêm aí tempos conturbados. Para esquecer a crise, nada melhor do que as maluquices, excentricidades bizarras de José Castelo Branco. Ele brinca a humanidade com esta pérola. Um treino para o novo programa da TVI "Perdidos na tribo". Para ouvir e rir. Aqui fica um presente de fim-de-semana.
Restaurante clandestino
Jantar num restaurante clandestino pode parecer arriscado. Se acrescentar que era um clandestino de comida chinesa vai parecer uma espécie de bungee jumping gastronómico e gástrico. Mas a cereja no topo do bolo é a localização: Martim Moniz. (Espaço para rir ou fazer cara de espanto durante meio minuto depois da apreciação do primeiro parágrafo. Regresso à leitura)
O restaurante fica num segundo andar de uma casa baixinha e tem a disposição de uma habitação normal. Entramos para salas com mesas e algumas cadeiras de restaurante chinês. Pelo caminho passamos por um empregado que lava a loiça. Não experimentei a casa de banho porque considerei um risco desnecessário.
Há menu, preços muito acessíveis e rapidez a aviar pedidos. A comida é q.b.. A galinha com camarões é bem boa, os cogumelos também. As hóstias de camarão também são boas. Agora, o arroz tem uma cor especial. Não é branco e sim acastanhado. A dar para o frito. No final, gostei da experiência. A companhia era boa, o que ajuda sempre na avaliação do restaurante, e o ambiente descontraído. Muito malta de Erasmus, jovens e tal. Caso paire a dúvida no ar quanto à reacção do organismo a tal experiencia, esclareço que sobrevivemos à falta de ASAE.
O restaurante fica num segundo andar de uma casa baixinha e tem a disposição de uma habitação normal. Entramos para salas com mesas e algumas cadeiras de restaurante chinês. Pelo caminho passamos por um empregado que lava a loiça. Não experimentei a casa de banho porque considerei um risco desnecessário.
Há menu, preços muito acessíveis e rapidez a aviar pedidos. A comida é q.b.. A galinha com camarões é bem boa, os cogumelos também. As hóstias de camarão também são boas. Agora, o arroz tem uma cor especial. Não é branco e sim acastanhado. A dar para o frito. No final, gostei da experiência. A companhia era boa, o que ajuda sempre na avaliação do restaurante, e o ambiente descontraído. Muito malta de Erasmus, jovens e tal. Caso paire a dúvida no ar quanto à reacção do organismo a tal experiencia, esclareço que sobrevivemos à falta de ASAE.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Sócrates e a gafe em directo
FMI em Portugal durante uns cinco anos. Cortes de subsídios, de ordenados, de bolsas. Vem aí o fim do mundo em cuecas. Mas para nos alegrar Sócrates fez este número irresistível. O primeiro-ministro nem consegue terminar as frases. "Oh Luís, vê lá como é que fico a olhar para os..." Depois temos uma mudança milimétrica: "Assim fica melhor ou assim". Mas o melhor é o ar de espantado no final. Obrigada Socras. Grande momento de Tv.
Ohhh... Não!
Diz que este blogue acabou e é pena. Não sei lidar com o fim das coisas que gostamos, das coisas boas de ler, comer, ver, ouvir. Blog do desassossego vai desassossegar-se para outro lado, mas espero que haja sequelas. O que tem sucesso e fãs, arranja sempre uma sequela. Estou a torcer por isso. A ver vamos.
terça-feira, 5 de abril de 2011
De bom tom
Adoro pessoas que atendem o telefone e suspiram. Melhor ainda quando se trata de trabalho. Telefonamos, alguém atende e depois de explicarmos do que se trata, ouvimos um: "Hummmmm". Tipo: "ora bolas, estava aqui no facebook e vieram chatear-me". Caraças, é preciso ter lata. Muita lata. Dá-me vontade de insultar a malta que faz isto. E era horário de expediente.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Sol
Adoro quando os dias ficam mais compridos. São 19h30 e ainda há sol. Podemos acreditar que é possível sair do trabalho e ainda temos tempo para nos divertirmos. Qui ça ir à praia, passear no campo ou beber um mini numa esplanada. Mesmo que nunca aconteça, pelo menos há a esperança que funciona como motivação extra. Bring it on sun!
domingo, 3 de abril de 2011
Toodlers & Tiaras incentiva à violência
Ver o "Toodlers & Tiaras" ronda o deprimente e o altamente irritante. Depois de aguentar uns 10 minutos, ficamos com vontade de bater, sim, de bater naqueles pais que empestam a cabeça das crianças com laca, obrigam-nas a ir para cima de um palco decorar uma coreografia ridícula, pressionam os putos e gritam com eles.
Ontem tive a coragem de ver um bocado da série, provavelmente acertei nas mães mais estranhas. Um miúdo de 4 anos, que basicamente queria brincar e não estava com paciência para aquilo, mas a mãe estava furiosa e empenhada para que aquilo resultasse. A mãe, uma sra. obesa, estava muito nervosa e gritava com ele e dizia: "não percebo o que tens". E lá se metia ela atrás do júri a fazer a coreografia tola para o puto imitar.
No final há mais ou menos 20 prémios. Do melhor do grupo etário, à melhor de celebridade e o raio. Pois bem, o catraio ganhou vários prémios, apesar de não ter dado uma para a caixa, e a mãe ainda não estava satisfeita. Argumento: "Ele não merecia ganhar o prémio de melhor personalidade. Já o de melhor roupa. Não percebo como não o ganhou". Ou seja, a personalidade do miúdo não interessa muito, agora o fato de casaco e gravata vermelho e laranja que a mãe escolheu é que devia vencer. Que bonito.
Outra miúda, com pouco mais de um ano, estava prestes a fazer birra no palco. Mas aguentou-se e mudou de roupa umas quatro vezes. A mãe queixava-se: "Ela hoje não está bem. Não mostra a personalidade". Ainda se zangou com o pai: “Se ele quer melhor, que vá lá para cima com ela”. News flahs: "Ela tem 1 ano, quer dormir, comer, brincar e não trabalhar!"
Do pouco vi, dá para perceber que aquilo é um concurso para alimentar o ego dos pais. As crianças pequenas nem percebem o que se passa. As outras tornam-se irritantes estrelinhas metidas numa competição quando ainda nem conseguem controlar o sistema urinário e muito menos o emocional. É vê-las a chorar baba e ranho porque não receberam uma das 20 medalhas, troféus e coroas de todos os tamanhos. Medo! Muito Medo!
Ontem tive a coragem de ver um bocado da série, provavelmente acertei nas mães mais estranhas. Um miúdo de 4 anos, que basicamente queria brincar e não estava com paciência para aquilo, mas a mãe estava furiosa e empenhada para que aquilo resultasse. A mãe, uma sra. obesa, estava muito nervosa e gritava com ele e dizia: "não percebo o que tens". E lá se metia ela atrás do júri a fazer a coreografia tola para o puto imitar.
No final há mais ou menos 20 prémios. Do melhor do grupo etário, à melhor de celebridade e o raio. Pois bem, o catraio ganhou vários prémios, apesar de não ter dado uma para a caixa, e a mãe ainda não estava satisfeita. Argumento: "Ele não merecia ganhar o prémio de melhor personalidade. Já o de melhor roupa. Não percebo como não o ganhou". Ou seja, a personalidade do miúdo não interessa muito, agora o fato de casaco e gravata vermelho e laranja que a mãe escolheu é que devia vencer. Que bonito.
Outra miúda, com pouco mais de um ano, estava prestes a fazer birra no palco. Mas aguentou-se e mudou de roupa umas quatro vezes. A mãe queixava-se: "Ela hoje não está bem. Não mostra a personalidade". Ainda se zangou com o pai: “Se ele quer melhor, que vá lá para cima com ela”. News flahs: "Ela tem 1 ano, quer dormir, comer, brincar e não trabalhar!"
Do pouco vi, dá para perceber que aquilo é um concurso para alimentar o ego dos pais. As crianças pequenas nem percebem o que se passa. As outras tornam-se irritantes estrelinhas metidas numa competição quando ainda nem conseguem controlar o sistema urinário e muito menos o emocional. É vê-las a chorar baba e ranho porque não receberam uma das 20 medalhas, troféus e coroas de todos os tamanhos. Medo! Muito Medo!
sexta-feira, 1 de abril de 2011
O que são os blogues?
Os blogues servem para trocar impressões, para debater temas, para descobrir pontos de vista, revisitar um passado recente, ser estimulado ou simplesmente para entreter. Para navegar e passear a vista por imagens bonitas, retratos catitas, vidas normais como as nossas ou vidas incrivelmente mais complicadas e excêntricas. Servem para ajudar a sonhar, para construir pontes entre o hoje e o amanhã. Para exercitar a língua, a leitura. Mas servem principalmente para trocar histórias ou estórias, como preferir. Outros servem para lavar a vista e encontrar coisas fofas, bonitas que são uma lufada de ar fresco num dia monótono de tarefas. Olhamos e por momentos somos transportados para aquele estado de espírito, para aquela frase, para aquela paisagem. Vivemos por segundos através do que lemos e do que vemos. Redescobrimos em nós sentimentos e pensamentos. Inspiramo-nos nos outros ou desiludimo-nos. Há de tudo. O blogue de M loves M é bom para distrair, ver modas bonitas numa rapariguinha norte-americana que tem bom gosto. Não é para reflectir muito. Serve para clicar uma vez por dia e para ver o bom gosto numa cara catita. Nem precisas de a conhecer, saber o que pensa sobre o FMI e a guerra na Líbia. É só para ver aqui
Vai uma onda?
Há dias em que a tristeza chega como uma onda. Tentamos combatê-la, mas não resulta. Ela leva-nos e rouba-nos as forças. Leva-nos tudo. Somos trucidados e ficamos ali. Imóveis, a assistir à rebentação, à destruição de tudo. Paramos por uns segundos e nem tentamos resistir. Depois da onda passar e de arrasar o que encontrou por perto, temos de nos levantar, sacudir a água e erguer os ombros. Jurar que não volta a acontecer. Não, porque nós somos fortes, mais fortes que tudo. Dias melhores virão, se não vierem, vamos à procura deles. Quando os encontrarmos, agarramo-los pelos colarinhos, encostamo-los contra a parede e gritamos: "Por onde andaste? Quem te deu o direito de me deixares aqui? Não voltes a fazê-lo". Respiramos fundo, sorrimos, para acreditar que no sentimos, e seguimos rumo ao desconhecido. À procura do que nos faz falta, do que merecemos, do que desejamos. Exigimos para nós a nossa vida. Lutamos por ela com garras e dentes. E que ninguém nos diga o contrário.
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