segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Terminar o ano com um galo

Há bastantes anos que não tinha um galo no alto da cabeça. Melhor, na testa. Tudo aconteceu nas vésperas do ano novo, quando me desloquei a um café chique/trendy/coiso na baixa lisboeta. Por volta das 16horas, bebi um chá como manda a etiqueta, acompanhado por uma boa conversa, até que tive de sair apressada de telemóvel em punho. Estava stressada e com um problema entre mãos. Saí determinada a pôr ordem na situação e choquei contra a porta de vidro. Foi de tal maneira forte que ainda hoje me dói. Fez um barulho tipo: “tóiiiñnnnn” (sou muito má em onomatopeias, peço desculpa). Fiquei com aquela cara de parva: “não sei o que aconteceu”. Olhei para trás e estava toda a gente a olhar para mim. Os empregados ficaram espantados, com cara de pena e um insulto escondido: “Que parva”. Lá fiz o meu sorriso 33, praguejei qualquer coisa e sai depressa. O pior é que tinha de voltar ao bar. Por sorte, tinha o casaco na mão e deu para disfarçar. Mas os empregados toparam-me. Era ver-me de mão na cabeça e orgulho ferido. Presságio de 2011? Confesso que este novo ano não me entusiasma nada. Bem pelo contrário. É ouvir falar de crise, de IVA, desemprego, mais crise… Só me apetece fugir.

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