terça-feira, 17 de setembro de 2013

Mentir é feio

É daquelas coisas que se ensina aos miúdos: "mentir é feio", "não se deve mentir" ou mesmo "a mentira tem pernas curtas". É uma lição básica: relatar os factos tal e qual como acontecem. Não imaginar o que poderia ter acontecido, nem achar que, como por magia, ao verbalizarmos o que gostaríamos que tivesse acontecido isso passa mesmo a ser verdade. Até aqui tudo bem. Depois são os miúdos a apanhar os adultos com as tais mentiras piedosas: "oh mãe mas disseste à avó que gostaste da comida e afinal estás a dizer ao pai que era horrível", e coisas do género. Aqui tudo se complica. Lá se tenta explicar que há uma espécie de mentirinha, quando na realidade continua a ser pura e simplesmente mentira. Pois bem, isto tudo para chegar à grande confusão na pasta das finanças. Sabia das swaps ou não sabia? Uns dizem que sim, outros que não e no final de contas acaba tudo como uma grande palhaça. A questão aqui é que se trata de ter ou não credibilidade. E quanto a isto não há confusões: quem mente não tem credibilidade. Ou como gostam de dizer quem "falta à verdade" perde um bocadinho o respeito dos outros. E ao que parece foi isso que a ministra fez. Almerindo Marques lá foi à Comissão de Inquérito dizer que a técnica que deu o parecer positivo do IGCP a um swap das Estradas de Portugal foi, nada mais nada menos, que Maria Luís Albuquerque. Então em que ficamos? Achava-se que era possível isto não ser tirado a limpo? Depois aparece a troca de acusações entre esquerda e direita e o velho e gasto "bode espiatório", perseguição pessoal" ou lá o que lhe chamam. A ministra aparece a desmentir as acusações de Almerindo Marques e nós, sim quem vota e está aqui deste lado, fica sem perceber muito bem esta vergonhosa palhaçada. Mas não será mais fácil dizer a verdade? É assim tão difícil não mentir?

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