sexta-feira, 1 de julho de 2011

Estacionamento

Cenário idílico como o prémio merecido. Praia, sol e pouca gente. Tinha ultrapassado muitos obstáculos, como os quilómetros de asfalto, trânsito e mais trânsito, despejar malas, até que voilà. Estava pronta para estacionar o carro e correr para a areia, espetar o guarda-sol e mergulhar na água gelada como se não houvesse amanhã. Só que apanhei pela frente uma autocaravana a 10km/h. Não o ultrapassei, aguentei estoicamente aquele atraso de vida e finalmente viramos para o parque de estacionamento.
Está pouca gente na praia e lugares não faltam. Logo a seguir à entrada há um buraco. A autocaravana pára. Deduzo que vai estacionar e espero. Depois o senhor avança e volta a parar. Avança mais um milímetro e pára outra vez. Aquela situação arrasta-se por um minuto e o senhor avançou tanto que há espaço para eu estacionar. Fico convencida que ele mudou de ideias, já que não faz pisca para parquear e, entusiasmada, estaciono o carro. Feliz da vida e a cantar uma linda música da M80, saiu disparada, agarro no meu saco, cadeira e guarda-sol quando percebo que a autocaravana continua parada.
De repente, abrem a porta e uma mulher grita: "Não viu que o meu marido ia estacionar. Não tem vergonha." Cara de espanto nº1 e respondo: "Não percebi. Não fez pisca e achei que ia estacionar noutro lado". A mulher nem me deixa terminar e fecha a porta. Já um bocado enervada, percebo que a autocaravana começa a fazer marcha atrás. Cara de espanto nº2. O condutor abre o vidro e profere uma declaração surreal: "Queria só ver a sua cara. Não tem vergonha. Eu também sou de Lisboa [Não sou] mas não faço isto." Inicia-se uma explicação, mais uma vez, que não roubei o lugar, que ele não fez pisca, mas eles continuam muito irritados.
Caguei para a alma deles e como há tantos lugares pergunto: "Mas quer estacionar aqui. Eu tiro o carro, o que não falta aqui são lugares". Cara de espanto nº3, agora do senhor que preferia continuar a discutir e a gritar. Entro no carro, mudo de lugar e o senhor ainda me faz sinal com a mão de "Obrigadinha". O mais espantoso nesta história é que eu estava sozinha, com o ar mais Verão possível a pedir ao Mundo: "Paz, sol e descanso", quando me cruzo com estes seres vivos alucinados e desequilibrados.
Provavelmente devia tê-los mandado à merda, mas queria tanto ir para a praia que preferi não o fazer. O melhor de tudo é que o senhor estava à espera de tudo, que lhe chamasse de parvo, lhe batesse com um pau, tudo menos o meu ar de: "OH MEU ANORMAL,QUERES O LUGAR? TOMA LÁ QUE NEM MERECES O MEU TEMPO". E pronto, o meu primeiro dia de praia começou da pior maneira, mas terminou bem.
Há um detalhe, vou aquela praia desde que nasci e tudo o que não queria era uma discussão no parque de estacionamento da praia de família. Fiquei tão enervada, mas principalmente em estado de choque. Este tipo de pessoas são tão alucinadas e devem ter vidas muito difíceis porque se indignam com tudo. Lembrei-me de uma coisa que me diziam quando era miúda: vês os outros segundo o teu exemplo. Deduzes o que os outros fazem segundo o teu pensamento e isso revela muito da personalidade de cada um.
Há um detalhe, vou aquela praia desde que nasci e tudo o que não queria era uma discussão no parque de estacionamento da praia de família. Fiquei tão enervada, mas principalmente em estado de choque. Este tipo de pessoas são tão alucinadas e devem ter vidas muito difícies porque se indignam com tudo. E lembrei-me de uma coisa que me diziam e que é muito verdade, vês os outros segundo o teu exemplo. Deduzes o que os outros fazem segundo o teu pensamento e isso revela muito da personalidade de cada um.

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