sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Árvore da Vida

Com menos 45 minutos o filme de Terrence Mallick era ainda melhor. Mas "A Árvore da Vida" é uma experiência de cinema completa. Não é uma história normal e o fio condutor é meio estranho. Mesmo assim, quando um filme consegue enfiar o Big Bang no meio da trama é de louvar. Há muitas formas de olhar para "A Árvore da Vida". Acho até que as interpretações do filme vão contar mais da pessoa que o viu do que de quem fez o filme. Há quem possa ver uma reprodução da história da humanidade segundo o olhar de Deus. Aliás, é o caminho mais fácil. Mas existem outras formas de o ver. Para mim o milagre da vida está no acaso e na incrível força da natureza.
Do filme ficaram-me três coisas.
Como o mundo e a nossa existência são extraordinárias.
Como as regras impostas pelos pais são por vezes tão cruéis que nos marcam para sempre.
E que o esquecimento de quem morre é quase inevitável. Atenção, não é o esquecimento permanente, são as falhas de memória. Pensar que quanto mais tempo passa, mais facilmente nos esquecemos da voz, do andar e do olhar de quem já partiu há quase duas décadas. O mais duro é perceber que esse esquecimento é natural e que faz parte da nossa existência. Não há forma de o contrariar.

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