Primeiro acto: entro na loja e peço ajuda. À pergunta: "aperta muito?". A senhora responde: "Acho que sim", com uns olhinhos de pena. Depois surge outra questão: a cor. Preto ou creme? Escolho o creme, provavelmente inspirada nas cintas da avó e começo a achar a ideia uma triste invenção. Mas o pior ainda estava para vir: o tamanho.
Segundo acto: Peço o equivalente aos meus colãs, o nº 2 e oiço: "É muito pequeno, veja". E confronto-me com uns calções de bebé. Literalmente de criança de dois anos. Cara de espanto e horror. Lá levo o número maior e vou para o vestiário. Segue-se uma sucessão de dor, embaraço, vergonha, calor, muito calor. Et voilà. Consegui enfiar aquilo e sentir-me muito apertada. Bastante aliás.
Terceiro acto: Sai da loja com a cinta e um ar pesaroso. Mas levei a preta, não tive coragem de comprar a bege com ar deslavado de velhinha.
Ainda não tive coragem de a vestir, mas acredito que a minha relação com as saias vai melhorar e pode ser que convença as minhas ancas de que não vale a pena continuar a crescer. A sério. Quando me for reproduzir aviso. E em caso de temporal, como barritas.

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